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domingo, 30 de junho de 2013

A toda a hora se aprende... 9 meses de Luanda

A toda a hora se aprende... 9 meses de Luanda

9 meses de Luanda feitos recentemente. Podia falar em quase mais um ano de sabedoria, mas não, na realidade equivale a 3 vezes mais. Não que se viva melhor ou pior, mas que se vive muito mais sem duvida. Vive se a vida de outros tempos com a sabedoria dos nossos dias...uma baralhação, uma lição. Deparamo-nos a pensar que sim sabemos o que fazer, como fazer mas esquecemo-nos que aqui ainda não se aplica a totalidade da nossa aprendizagem de conhecimento da nossa vida. Chefa...lei e livro para fazer estante bonita...aqui nao tem disso! Aqui a gente conversa e já esta... e assim é, na realidade. E assim foi uma manha que correspondeu a dia e meio, passada em sítios por mim nunca antes navegados, ... ossos do oficio que para mim escolhi e que me faz conhecer e ver o mundo de varias perspectivas, naturalmente com um olhar diferente de ate então! Por isso gosto disto... mas sim aqui a cada ano vive-se 3! Vive-se mais, vive-se diferente...paixão assumida de todo por esta terra, por esta gente ate então para mim era completamente desconhecida!


Partilho uma trivialidade...A quem e que nunca desapareceram canetas da secretaria? E como fazer com que não desapareçam as triviais esferográficas pretas ou azuis? Hoje passei no corredor e ouço...chefa precisa de assinar documento para 2a cedo seguir para o banco...parei, entrei e peguei numa das canetas que estavam na secretaria...esta e vermelha (aqui não existe encarnado)...não posso assinar a vermelho disse...olhei em volta só esferográficas c tampa vermelha...quando escuto...pode chefe, e azul, so ponho tampas vermelhas para não me as levarem...e sim era azul ... a esferográfica! E ainda há gente tacanha que subestima este povo...encaixei e aprendi que não são necessárias correntes de ferro para não nos levarem uma..

bic! 

 
Passo a passo se progride ... A maior parte dos quadros administrativos, e não só, estudam em simultâneo com o trabalho a que se propõem fazer. E ser estudante não tem idade, a vontade de aprender e inerente e sempre presente. As universidades proliferam, os cursos também e ficam a abarrotar. Pelas 18h os espaços enchem se, o transito em redor das mesmas aquece entre carros, motas e transeuntes. Epoca de provas se aproxima ... chefa, hoje precisava de sair mais cedo, tenho prova ... ( frequenta o 2 ano universitário de contabilidade). Tens prova de que...pergunto...português...ouço. Que estas a dar? Sobre que matéria de português e a prova? ..."É sobre pronominalizacao"...ouço. O termo fez me de forma espontânea perguntar...o que é isso? ... É a substituição num texto dos nomes pelos pronomes explicaram-me...ah...ok, respondi...pois, estas preparada? Sim estou chefa...Boa sorte desejei...organiza te e as 16h vai te embora para ires com tempo. Pois...acho que tenho de reduzir um pouco mais ainda a minha exigência com esta malta...mas chegamos la!


domingo, 17 de março de 2013

A primeira visita Familiar


A primeira visita familiar começa não com a chegada, mas com os preparativos da partida: Angola = Passaporte = visto=Consulado=Welcome to Africa.

A minha cunhada aventurou-se a pôr-se a caminho com 3 adolescentes a quem a lei recentemente atribuiu a maioridade. Adolescentes a quem, no meu tempo, apenas se diagnosticava com “bichos-carpinteiros” e que hoje com a maior leviandade lhes é dito que são hiperativos…mas enfim…juventude distraída e agitadinha. Uma aventura que desnorteia qualquer mulher mentalmente minimamente organizada.

Tudo pronto, todos a dormir na mesma casa hoje, porque amanha o dia começa bem cedo no caminho até ao Consulado Geral de Angola em Lisboa.

Pela fresca, arrancam e o primeiro percalço…”Tia, esqueci-me do cartão de estudante em casa”…lá se foi o adiantamento programado logo pela madrugada.

Já com o cartão de estudante na mão prosseguem o seu caminho, mal adivinhando o que se seguia.

Cedo, bem cedo…a fila no consulado já era interminável ainda longe da hora de abrir o expediente. Mas convictos e cheios de vontade…daqui hoje não saíam sem o assunto tratado.

Os 4 enfrentaram juntos a espera, inicialmente com mais animação … com o passar do tempo nem tanto.
Cada qual com a sua mica e os documentos, especificamente escritos, para nada faltar.

Conversa-se, ri-se, boceja-se, gesticula-se e um por um ia deixando cair documentos. Á vista iam-se apanhando o que teimava, porque a paciência começava a escassear, escorregar das micas “quase” escrupulosamente reunidas.

Entre conversas e silêncios prolongados, já sem posição, eis que surge uma pergunta: “Tia, é preciso o passaporte?” Afinal a adolescência é isto, quem não se lembra? Filho toma as chaves, leva a tua prima a casa para ir buscar o passaporte…rápido. E lá foram.

O lugar continuava reservado na fila, até que olhando em volta se apercebem que são necessárias fotografias…afinal a adolescência na vida regressa após os 40! Filho, regressa já, temos de ir todos tirar fotografias aqui ao lado. O adolescente paciente e organizado da família mas com um ADN ao qual não escapa … regressa pacientemente e necessariamente a dizer mal da vida.

Fotos tiradas, passaporte recolhido, os 4 juntos quase, quase…na sua vez, finalmente. Angola cada vez mais perto.

É agora. Bom dia. Papeis para preencher. Cada qual o seu. Tia que ponho aqui, tia que ponho ali, tia não dou o meu email vou dizer que não tenho (é privado, dou tudo, passaporte, digitais dos 10 dedos das minhas mãos, mas o meu email não levam!). Menina, não pode riscar, diz o Sr. que atendia esta “banda” quase alinhada. Ponha o email da sua Mãe…huummm, o da minha Mãe?(o da minha mãe também não levam!)...Não posso, a minha mãe não tem computador!… Então o da Sra. sua tia … menina. ”Tia, qual é o seu email?” Lá ficou um email registado. A confusão atingia níveis elevados de adrenalina com a juventude e a paciência do Sr .que os atendia compreensivo, mas quase a escassear “Ó jovem (já numa conversa de homem para homem) tens de te concentrar a preencher isto, queres mesmo ir a Angola?...Então concentra-te!  Tia, o meu documento, Tia as minhas fotos, Mãe preciso deste papel, Mãe onde está o documento… até que o Sr. com pena da Mãe e Tia lhe dá um conselho…a Sra. vai mesmo para Luanda com estes 3 jovens…sozinha?!...melhor levar a PSP consigo. Mas as tropelias terminaram e a papelada finalmente foi toda entregue.

Agora era só aguardar o visto…que por momentos receavam não lhes ser atribuído pela confusão causada num local que já por si é confuso…

Aqui começa o primeiro risco…Viagem paga, mas sem visto na mão…adrenalina própria do dia-a-dia em Luanda…Welcome to Luanda! Amanha registarei a chegada fisicamente desta "banda" ao País…o desembarque por estas terras promete … a ver pelo início desta odisseia…aguardarei…se chegam todos!